40 dias sem açúcar e em jejum: o que essa experiência tem me ensinado até agora?
Tudo começou com a quaresma. Eu queria fazer um propósito diferente e decidi tirar o açúcar refinado da minha alimentação por 40 dias. Isso significava nada de açúcar no café, no suco ou em qualquer outro alimento, inclusive industrializado que o contivesse. Além disso, incluí um jejum de 6 horas todas as manhãs.
Mas, logo no início, surgiu a dúvida: o que eu vou comer agora?
Conversei com meu nutricionista e pedi que ele montasse um plano alimentar para esses 40 dias, o que resultou no básico bem feito (arroz, feijão, carne, salada, frutas…), mas ainda assim, eu me questionava: o que eu iria comer além disso? Será que vou ter que me restringir de tudo?
Para minha surpresa, encontrei muito mais opções do que imaginava! Durante esse desafio de 40 dias, percebi que existem diversos alimentos sem açúcar refinado que ainda são saborosos e fáceis de incluir na rotina.
Foi nesse processo que comecei a prestar mais atenção nos rótulos e descobri uma diferença importante:
➡ Açúcar total: inclui todos os açúcares naturalmente presentes no alimento, como os das frutas e do leite, mas também os açúcares adicionados quando houver.
➡ Açúcar adicionado: são os açúcares refinados e processados que a indústria inclui na receita.
Ou seja, um alimento pode ter açúcar total sem necessariamente conter açúcar refinado, e isso fez muita diferença na forma como escolhi o que consumir.
O impacto do açúcar na imunidade
Uma das maiores descobertas desse desafio aconteceu quando adoeci. Durante o processo, fiquei doente, mas me recuperei muito mais rápido do que o normal. Isso me fez questionar: será que o jejum e a ausência de açúcar refinado influenciaram nisso?
Pesquisando, descobri que sim! O açúcar refinado pode enfraquecer a imunidade e causar inflamações no corpo, dificultando a recuperação. Mas não é só isso. Ele também gera picos de energia seguidos de cansaço, porque faz a glicose no sangue subir rapidamente e depois despencar, afetando o humor e a produtividade.
Autocontrole e mentalidade fazem toda a diferença
Durante essa jornada, percebi que eliminar o açúcar refinado ia muito além da alimentação. É também um exercício de mentalidade e autocontrole.
Ao conversar com algumas pessoas, percebia que esse processo soava como algo impossível, no sentido de ser muito difícil de se fazer, mas para mim, soava como algo tolerável. Isso me fez perceber como a forma como encaramos o desafio influencia diretamente no resultado.
Além disso, notei o papel do autocontrole em momentos de fome intensa. Quando o almoço atrasava e a fome aumentava, a vontade de comer além da conta aparecia, mas eu sabia que isso não era o ideal. Às vezes, eu já estava saciada, mas ainda sentia vontade de continuar comendo, tinha também os estímulos que estavam por toda parte, como ver alguém comendo um bolo de chocolate, uma receita que o instagram me recomendava… tudo isso contribuía para que eu sentisse vontade de comer doce.
Esses momentos me mostraram que ter consciência do que é fome e do que é impulso é essencial para criar hábitos saudáveis a longo prazo. E o mais interessante? O corpo se acostuma. Hoje, já consigo tomar a maioria dos sucos sem sentir falta do açúcar e percebo que aquele desejo por doce que sentia no início foi diminuindo com o tempo.
Adaptação e substituições inteligentes
Outra coisa que me surpreendeu foi que não senti tanta falta do açúcar quanto eu achava que sentiria. Fui fazendo substituições na minha alimentação que mantinham o sabor sem comprometer a experiência alimentar, ou seja, eu queria comer algo gostoso e diferente, porém saudável. Alguns deles foram:
✔ Trident sem açúcar
✔ Coca Zero (quando eu comia fora e não tinha suco sem açúcar)
✔ Açaí zero (com leite em pó integral, granola e morango de refeição livre)
✔ Whey/Yopro
✔ Bolo de castanha sem açúcar (não julga, é bom demais! Não é igual aquelas comidas fit sem sabor ou de gosto duvidoso)
Além disso, percebi como certos alimentos influenciam diretamente no meu bem-estar ao longo do dia. Entender o que eu comia, em que quantidade e em que momento fazia toda a diferença. Inserir frutas no lanche ou depois do jantar e adotar o hábito de tomar chá (algo que comecei depois de ficar doente) me deixava mais leve e disposta. Tudo isso tornou o processo mais fácil, porque ao comer bem à noite, eu não sentia tanta fome pela manhã durante o jejum e ainda evitava aquela sensação de estar cheia ou estufada, porque eu entendi que comer bem não significa comer mais, mas comer algo que te dê saciedade.
Hoje, no meu 14º dia, sigo testando, aprendendo e percebendo como pequenas mudanças podem transformar a forma como me alimento.
Se quiser acompanhar essa jornada completa e ver todas as descobertas, compartilho tudo no meu perfil do instagram @niedjamends_, no destaque “Desafio 40D”.